Foco agora é a pressão nos estados, onde congressistas e aliados estão em campanha eleitoral
A Fenajufe e sindicatos terminaram a semana passada a rodada de visistas aos gabinetes de parlamentares para tratar dos interesses dos servidores. Cumpridas as últimas agendas, o momento agora é de retorno aos estados e acelerar a construção do 18 de março, quando acontece a Greve Nacional do Serviço Público.
Mais uma vez os debates giraram em torno do impacto e da injustiça das medidas pretendidas por Bolsonaro-Guedes, com efeitos danosos para a população – principalmente a mais vulnerada – com a redução dos serviços públicos oferecidos hoje.
Se para muitos, hoje, a saúde não vai bem, imagina com 25% a menos de recursos, como quer o governo. E quem vai sofrer com isso? O servidor público que vai ter a jornada reduzida ou o cidadão que só tem condições de se tratar ou buscar direitos, nos serviços que o estado oferece? A conta não fecha. Esses são alguns dos questionamentos tirados nas diversas reuniões levadas a cabo nesta semana pelos dirigentes.
O primeiro contato da tarde foi com a assessoria do senador Jaques Wagner (PT/BA). O coordenador da Fenajufe, Thiago Duarte, tratou com o assessor Jorge Araújo Messias, pontos referenciados no documento entregue aos parlamentares, contendo análise das PECs 186, 187 e 188, todas de 2019.
Em seguida o encontro se deu no gabinete da senadora Soraya Thronicke (PSL/MS). Pela Fenajufe, a coordenadora Juscileide Rondon, em trabalho conjunto com os dirigentes Bruno Mota (Assojaf/PE), Eusa Braga (SitraAM/RR), Janete Belchior (SitraAM/RR) e Márcia Pissurno (Sindjufe/MS), foram recebidos pelas assessoras Carolina Bazzo Riva e Priscila Jortez Marques.
Os sindicalistas apontaram os absurdos contidos nas propostas do governo e como elas afetam a população ao reduzir serviços e atendimento público, diminuindo horas trabalhadas dos servidores. Deixar o estado com o mínimo de servidores, é retirar assistência de quem mais precisa.
Além disso, os dirigentes alertaram para a inconstitucionalidade a ingerência no Judiciário, à medida que as propostas retiram do poder a análise das ações que envolvam questões orçamentárias.
Aliás, esse também foi o ponto também destacado no gabinete da senadora Leila Barros (PSB/DF), onde os dirigentes – agora também com o coordenador da Fenajufe Roniel Andrade integrado ao grupo – reuniram-se com Yoram Zalmom e Thalis Murrieta, assessores da congressista.
Ali a conversa transcorreu com fluxo mais livre e a troca de informações permitiu a abordagem dos temas com maior detalhamento. A avaliação do gabinete é que o ambiente hoje no Congresso é mais aderente à agenda econômica do governo e que tentam equilibrar as propostas através de emendas.
Como em outras reuniões, a análise é que o momento eleitoral é uma janela de oportunidade que precisa ser aproveitada para sensibilizar deputados e senadores. Além disso, a construção da narrativa contra as propostas deve ser orientada pelos prejuízos e alto custo social cobrado da população.
Discussão estratégica
A semana termina coma maratona de reuniões com parlamentares que deverá ser retomada nos próximos dias. Mas a preparação para estes encontros é necessária e para isso, Fenajufe e Sindicatos discutiram aspectos sensíveis das propostas do governo, bem como peculiaridades do Congresso a serem consideradas no esforço concentrado.
A discussão, organizada pela Coordenação Jurídica e Parlamentar da Fenajufe, teve como orientador Thiago Queiroz, da assessoria parlamentar da Federação.
18 de Março
As reuniões com os parlamentares fazem parte do esforço concentrado para barrar, no Congresso, os ataques do governo aos Servidores e Servidoras Públicos. Mas o momento também é de construção da unidade rumo à mobilização de 18 de Março, Dia Nacional de Greve do Serviço Público. A Fenajufe reforça orientação para que os sindicatos da base busquem as demais categorias para definir as ações conjuntas de pressão em defesa dos direitos da categoria.