Elvira Boni de Lacerda nasceu em Espírito Santo do Pinhal (SP), em 1899. Não pode concluir o ensino primário e já com 12 anos era aprendiz sem salário numa oficina de costura, na época a jornada de trabalho variava entre 11h e 14h diárias. Elvira cresceu numa família adepta aos ideais libertários, seu pai era anarquista e integrou a Liga Anticlerical, Elvira também veio a fazer parte da Liga e nesse período iniciou sua atuação política e sindical.
Com 20 anos de idade, em maio de 1919, fundou a União das Costureiras, Chapeleiras e Classes Anexas no Rio de Janeiro, junto das colegas de trabalho Lisa Gonçalves de Oliveira, Carmen Ribeiro, Isabel Peleteiro, Noêmia Lopes e Aida Morais. A União das Costureiras denunciava, principalmente, a situação de trabalho precário nas fábricas e a extensa jornada de trabalho. Logo após três meses de sua fundação, as mulheres organizaram uma greve da categoria.
Além de sindicalista, Elvira escreveu artigos para jornais e revistas, integrou grupos de teatro operário e, em 1920, presidiu a mesa de trabalhos do III Congresso Operário Brasileiro. Casou-se com o comerciante Olgier Lacerda, um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro (PCB), com quem teve duas filhas. Elvira morreu no Rio de Janeiro em 1990, aos 91 anos.
Sobre a campanha
Colaboração entre o SINDJUFE/MS (Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal em Mato Grosso do Sul) e o SINASEFE/MS (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) celebra a história de mulheres que foram precursoras da atuação feminina no movimento sindical brasileiro. A campanha, intitulada “Lugar de mulher é na luta sindical!”, é uma forma de celebrar a luta das mulheres no Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.
As ilustrações e artes da campanha são assinadas por Iara Cardoso, da assessoria de comunicação do SINASEFE/MS, enquanto a redação e a pesquisa são de Franklin Schmalz, da assessoria de comunicação do SINDJUFE/MS.