Em meio à pressão dos servidores federais para que o governo reveja a proposta que não contempla reajuste linear em 2024, sindicalistas que estiveram com o presidente Lula nos últimos dias ficaram com a impressão de que a ideia do governo é, de fato, apostar todas as fichas no avanços de negociações individualizadas com as diferentes categorias, por meio das mesas temporárias e específicas.
Um representante de uma importante entidade disse que ouviu de Lula que a ordem é “negociar com todo mundo”.
Nesse sentido, o aumento da arrecadação federal pode reforçar propostas para carreiras que, há meses, demandam uma sinalização positiva, como é o caso dos servidores da Saúde, da Previdência e dos técnico-administrativos em Educação.
Confirmada essa tendência, fica reduzido o espaço para grandes ajustes na oferta do governo de recomposição geral de 9%, com reajustes de 4,5% em 2025 e 2026 e nenhum ganho linear para os servidores federais neste ano. Mas o martelo não está batido.
Na proposta unificada, levada ao Ministério da Gestão e da Inovação em janeiro, as entidades ligadas ao Fonasefe (carreiras públicas) pedem reajuste de 34,32%, em três parcelas iguais de 10,34%, em 2024, 2025 e 2026. As carreiras ligadas ao Fonacate (típicas de Estado) reivindicam reajuste de 22,71%, em três parcelas iguais de 7,06%, nos três anos.
O Executivo tem reunião marcada com as entidades do funcionalismo no próximo dia 28/2.
Vale notar que, neste momento, o governo é criticado pelas entidades pela falta de estrutura para tocar essas mesas individualizadas. O déficit de negociadores, exposto pelo presidente do Fonacate, Rudinei Marques, em entrevista à newsletter Por Dentro da Máquina, também é reconhecido por técnicos do Executivo.
Fonte: Portal Jota