O SINDJUFE/MS, por meio das Coordenadoras Geral e Administrativa, Marcia Pissurno e Zeneide Andrade, realizou uma visitação aos servidores lotados nos órgãos do Poder Judiciário Federal localizados no interior do Estado de Mato Grosso do Sul, com a finalidade de repassar informações sobre as ações realizadas pelo Sindicato e as perspectivas para o enfrentamento de lutas na defesa dos interesses e direitos da categoria, assim como ouvir os servidores sobre suas condições de trabalho.
Foi destacada a semana passada para essa atividade, definindo-se, nesse primeiro momento, as cidades de Rio Brilhante, Dourados, Ponta Porã, Naviraí, Três Lagoas, onde foram visitadas as instalações das varas federal, trabalhista e cartórios eleitorais. A receptividade e interação com o sindicato foi muito boa!
O ponto principal de queixa que pudemos observar foi o stress alto decorrente das metas impossíveis estabelecidas pela administração, há tanta pressão em cima dos servidores de Dourados, Ponta Porã e Naviraí, ao ponto de filiados solicitarem que o sindicato faça convênio com psiquiatra. Outro ponto preocupante das cidades fronteiriças foi a necessidade de maior segurança predial e dos servidores, pois o índice de criminalidade na região próxima à fronteira com o Paraguai é muito elevado. Carro de servidor já foi metralhado, servidores sofrem ameaças, vivem sob pressão. Há estudos que demonstram o número de homicídio por armas de fogo.
Dados do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, relativos ao ano de 2019 apontam que os índices de homicídios por arma de fogo, a cada 100 mil habitantes é, em Ponta Porã: 36,75; em Dourados: 10,76; em Naviraí: 7,29; em Campo Grande: 4,35; em São Paulo (capital): 2,59 e no Rio de Janeiro (capital): 6,98. O percentual de homicídios por arma de fogo em Ponta Porã, por exemplo, é, assustadoramente, 14,2 vezes maior que em São Paulo (capital); 8,4 vezes maior que em Campo Grande; 5,26 vezes maior que no Rio de Janeiro (capital).
Em razão disso, a luta por melhorias na proteção dos fóruns e dos servidores é premente, deve ser adquirido carro blindado, retorno do percentual de 50 p cento do teletrabalho , nomeação de mais servidores para que as metas sejam possíveis e também pela implantação do adicional de fronteira seria um mecanismo importante para reter servidores em cidades que estão próximas à fronteira e compensar os investimentos em segurança pessoal e familiar dos servidores, haja vista o alto índice de criminalidade decorrente do tráfico de drogas e contrabando de mercadorias.
Neste sentido, percebeu-se a necessidade de melhor distribuição da força de trabalho, já que as Varas únicas têm a estrutura administrativa deficiente quando comparadas às Varas de São Paulo, como por exemplo na área de informática. Na verdade, o que os servidores do MS sentem é que há nítida diferença de tratamento entre as Seções Judiciárias de São Paulo e Mato Grosso do Sul e que, apesar de ambos comporem o TRF3, ao Mato Grosso do Sul é relegada a condição de “primo pobre”. As Varas da Seção Judiciária do Mato Grosso do Sul enfrentam problemas bastante específicos, como conflitos de terra, fronteiras secas, distância considerável das maiores cidades (o que torna difícil até mesmo a realização de perícias médicas), mas estão submetidas às mesmas metas e exigências de Varas com estrutura completa e localização em grandes centros.
Os dados colhidos serão objeto de tratativas do SINDJUFE/MS perante os dirigentes da Justiça Eleitoral, Trabalhista e Federal, incluindo o TRF-3ª Região.
De acordo com as Coordenadoras Marcia e Zeneide, foram encontros fortes onde foi possível sentir a realidade dos colegas e retornar com mais força para lutar, porque as grandes mudanças vêm de dentro, e as viagens do sindicato foram para dentro do estado do Mato Grosso do Sul, o resultado só pode ser positivo! Se a sua cidade não foi visitada, aguarde que terá notícias do SINDJUFE/MS por aí.